BNP Paribas define política restritiva de combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado
A produção de carne bovina e soja no Brasil acelera o desmatamento na Amazônia e no Cerrado. Legal ou ilegal, isso compromete a integridade ecológica e o futuro desses dois biomas. Frente a esta degradação, há uma necessidade urgente para que todas as partes interessadas e pertinentes priorizem estratégias de uso do solo que integrem o desmatamento zero, a produção sustentável e um impacto social positivo.
As instituições financeiras ligadas ao setor agrícola no Brasil devem contribuir para o combate ao desmatamento. Esse é o caso do BNP Paribas, que é um dos bancos estrangeiros presentes no país com alguns clientes, produtores ou comerciantes internacionais que são afetados pelo desmatamento.
Neste contexto de degradação, e após um trabalho realizado durante quase um ano dentro do banco, o Grupo está fortalecendo sua política e definindo critérios restritivos para acelerar o avanço de seus clientes no que diz respeito ao combate ao desmatamento e à garantia da rastreabilidade. A política estabelece as condições para que o banco preste serviços financeiros a empresas (produtores, frigoríficos e comerciantes) que produzem ou compram carne bovina ou soja das regiões da Amazônia e do Cerrado.
O BNP Paribas se compromete com este objetivo de incentivar seus clientes a alinhar sua produção ou compra de carne bovina ou soja da Amazônia e do Cerrado no Brasil com a meta de alcançar o zero desmatamento e a demonstrarem com transparência seu progresso. Assim sendo, o BNP Paribas só fornecerá produtos ou serviços financeiros a empresas (produtores, frigoríficos e comerciantes) com uma estratégia para atingir o desmatamento zero em suas cadeias de produção e fornecimento até 2025, o mais tardar.
Em particular:
- O BNP Paribas não financiará clientes que produzam ou comprem carne bovina ou soja de terras desmatadas ou convertidas após 2008 na Amazônia. Assim sendo, os clientes devem aplicar esta data de corte, que foi estabelecida em 2008 na Amazônia, de acordo com os regulamentos e acordos setoriais.
- O BNP Paribas engajará seus clientes a não produzir ou comprar carne bovina ou soja de terras desmatadas ou convertidas no Cerrado após 1 de janeiro de 2020, de acordo com os padrões globais.
- O BNP Paribas exigirá de todos os seus clientes a rastreabilidade das cadeias de carne bovina e soja (diretos e indiretos) até 2025.
Além disso, o BNP Paribas incentivará todos os seus clientes criadores de animais a mudar suas práticas para um sistema que fortalece o respeito ao bem-estar animal, tomando como referência os padrões da FARMS Initiative’s Responsible Minimum Standards.
‘O BNP Paribas está empenhado em incentivar seus clientes a fortalecerem seu compromisso com o “desmatamento zero”, e agora impõe critérios rígidos de rastreabilidade às empresas que desejam se beneficiar de seus serviços financeiros. Esta política é a primeira por parte de um grande banco internacional. Ela reflete uma crescente compreensão dos desafios associados à biodiversidade não apenas dentro da comunidade financeira, mas também entre muitos clientes corporativos. Acreditamos que compromissos semelhantes serão assumidos por outras instituições num futuro próximo para assegurar um impacto positivo real na proteção da biodiversidade’, disse Antoine Sire, Head of Corporate Engagement do BNP Paribas.
Através de suas atividades de gestão de ativos, o Grupo BNP Paribas utiliza sua função de investidor para acelerar o processo de tomada de decisões das partes interessadas envolvidas. Neste contexto, assinou o Manifesto do Cerrado (2018), que visa prevenir o desmatamento no Cerrado brasileiro, bem como os incêndios florestais na Amazônia (Declaração do investidor sobre desmatamento e incêndios florestais na Amazônia – 2019).